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A pandemia de covid-19 chamou a atenção para os transtornos mentais. O isolamento social, o medo em torno da doença e o luto foram fatores complicadores para a saúde mental da população, resultando em novos casos de depressão, ansiedade e outros distúrbios psicológicos, além do agravamento de pacientes já diagnosticados.

A rede pública de saúde do Distrito Federal conta com serviços especializados e multifatoriais para o tratamento psicossocial que se diferenciam de acordo com a gravidade do transtorno.

Pacientes com demandas gerais e iniciais de saúde mental são orientados a procurar uma unidade básica de saúde para avaliação e classificação do risco psicológico. “A UBS ordena o cuidado; se a pessoa precisar de um acesso mais diferenciado ou de um atendimento especializado, a própria unidade básica de saúde fará esse encaminhamento”, explica Vanessa.

As ações são abarcadas nos diversos níveis de atenção à saúde, desde atividades de prevenção até o tratamento terapêutico, com apoio de equipes multidisciplinares. Quando necessário, o paciente é encaminhado para acompanhamento psicológico ambulatorial ou de outros serviços de saúde mental.

Atendimento especializado

Os tratamentos especializados ocorrem em ambulatórios como o Centro de Orientação Médico-Psicopedagógica (Compp) e o Adolescentro, voltados para crianças e adolescentes, e nas unidades do Centro de Atenção Psicossocial (Caps), que atendem pessoas em intenso sofrimento psíquico causado por transtornos mentais graves e persistentes, inclusive uso abusivo de álcool e drogas.

Em situações de crise aguda relacionada a sofrimento psíquico, decorrente de transtornos mentais ou abuso de drogas, os usuários são assistidos nos hospitais gerais ou em unidades de pronto atendimento (UPAs).

O DF ainda possui mais um serviço especializado. O Núcleo de Saúde Mental do Samu (Nusam) tem atendimento 24 horas com assistência presencial e telefônica pelo 192. São atendidas pessoas com sofrimento e transtornos mentais agudos, graves e persistentes, com agitação psicomotora, autoagressividade ou agressividade a outros, comportamento violento com riscos para si, outras pessoas ou ao patrimônio e em crise psicótica.

Funcionamento do Caps

O DF conta com 18 centros de atenção psicossocial divididos em seis tipos de atendimento para pessoas com problemas mentais graves e abuso de álcool e drogas. O serviço público está inserido nas comunidades e funciona de porta aberta, sem a necessidade de encaminhamento para acolhimento.

“Os atendimentos são realizados por equipes multiprofissionais”, explica Vanessa Soublin. “Temos consultas, atendimentos individuais e em grupo, interconsulta, visita domiciliar e articulação de rede.”

No ano passado, as unidades do Caps tiveram 156.295 atendimentos. Em 2021, só entre janeiro e julho, foram registrados 118.138 atendimentos. “No início da pandemia, vimos uma diminuição [dos atendimentos] pelas regras de distanciamento social e pelo receio das pessoas de saírem de casa”, analisa Vanessa. “De agosto do ano passado para cá, vemos uma manutenção do aumento da demanda. [As unidades do] Caps têm acolhido muito mais pessoas diariamente”.

Conheça, abaixo, os  diferentes tipos de Caps.

  • Capsi (Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil)
    Atendimento de crianças e adolescentes até 17 anos, para casos de transtornos mentais graves, e até os 15 anos, para pacientes que fazem uso de substâncias psicoativas. Unidades no Plano Piloto (SMHN, Quadra 3, Ed. Compp), Taguatinga (QNF, AE 24), Recanto das Emas (Quadra 307, A/E 1, no Centro de Saúde 1) e Sobradinho (Quadra 4, AE, lote 6). Funciona de segunda a sexta, em horário comercial.
  • Caps I
    Atendimento a pessoas de todas as idades com sofrimento psíquico intenso e uso de álcool e outras drogas. Unidade em Brazlândia (Quadra 1, AE 2). Funciona de segunda a sexta, em horário comercial.
  • Caps II
    Atende pessoas a partir de 18 anos com intenso sofrimento psíquico. Unidades no Paranoá (Quadra 2, Conjunto K, AE 1, no Setor Hospitalar do Paranoá), Planaltina (Via W/L 4, Setor Hospitalar Oeste), Brasília (SCRLN 905, SAP 1), Taguatinga (QNA 39, AE 19, Taguatinga Norte) e Riacho Fundo (EPNB, Km 2, Granja do Riacho Fundo). Funciona de segunda a sexta, em horário comercial.
  • Caps III
     Atendimento de pessoas a partir de 18 anos com sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes. Unidade em Samambaia (Quadra 302, Conjunto 5). Funciona 24 horas, incluindo fins de semana e feriados.
  • Caps AD II (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas 2)
    Atende pessoas a partir de 16 anos com sofrimento psíquico decorrente do uso de álcool e outras drogas. Unidades no Guará (QE 23, AE), Santa Maria (Quadra 312, Conjunto H), Sobradinho (AR 17, Chácara 14) e Itapoã (Anexo II, Complexo Administrativo do Itapoã). Funciona de segunda a sexta, em horário comercial.
  • Caps AD III
    Atende pessoas a partir de 16 anos com sofrimento psíquico decorrente do uso de álcool e outras drogas. Unidades em Ceilândia (QNN 01, Conjunto A), Samambaia (QS 107, Conjunto. 8) e Brasília (SCS, Quadra 5, Bloco C). Funciona 24 horas, incluindo fins de semana e feriados.

FOTO: BANCO DE IMAGENS / PEXELS