Audiência pública sobre a garantia de direitos para a População Trans e Travesti, realizada pela Câmara Legislativa nessa quinta-feira (9), debateu a necessidade de fortalecimento de políticas pública para o segmento, com ênfase na saúde. Segundo o presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar, Fábio Félix (Psol), essa população é a que mais sofre dificuldade de acesso aos serviços públicos. “Discutir política pública para a população trans é uma urgência necessária no poder legislativo”, enfatizou.

Autor da iniciativa, Felix disse que “houve um projeto de estímulo à violência no último período”, referindo-se principalmente ao Governo federal, e lembrou avanços na CLDF, como o direito ao uso do nome social em concursos públicos e nos documentos post mortem, bem como a inauguração das primeiras casas de acolhimento da população LGBTQIA+ no país.

O deputado Max Maciel (Psol) declarou apoio à causa LGBTQIA+ na CLDF: “Agora tem mais um mandato à disposição para somar nessa luta. Nosso objetivo é estarmos juntos, trabalhando para todo esse processo avançar. Estamos nessa luta até o fim”. Segundo o endocrinologista do Ambulatório Trans, Márcio Garrison Dytz, a expectativa de vida dos transgêneros no Brasil é de 35 anos, principalmente por causa de alto índice de homicídio e suicídio, além da exclusão social e dificuldade de acesso a serviços básicos, como os de saúde.

O médico da família do Ambulatório Trans e do Adolescentro, Luiz Fernando Marques, defendeu o aprimoramento dos serviços de saúde para a população trans em todos os níveis de atenção. “Existe necessidade de equipes de serviços especializados para algumas questões específicas como o processo transexualizador, e esses cuidados devem ser extensivos aos familiares”, afirmou. De acordo com ele, o Adolescentro atende 120 jovens em suas necessidades biopsicossociais, somando cerca de 400 adolescentes já acolhidos. O Ambulatório, voltado a maiores de 18 anos, já prestou atendimento a 540 pessoas, mas a fila de espera é de dois anos.

Da Agência CLDF | Foto: Renan Lisboa (estagiário)/CLDF