No primeiro dia de evento, o Conecta CLDF: Comunicação 360º realizou discussões sobre o uso de ferramentas da comunicação para promover a cidadania. Nesse sentido, uma mesa-redonda destrinchou como o relacionamento de órgãos públicos com a imprensa pode impactar o cidadão. Na sequência, uma palestra sobre a comunicação digital da prefeitura de Recife mostrou, na prática, como as tecnologias podem ser aliadas no atendimento de serviços para a população.
“É um atributo da comunicação e do jornalismo trabalhar para a cidadania. Só que recentemente isso tem sido considerado uma virtude”, refletiu o jornalista José Edgard Rebouças na mesa-redonda. O profissional atua como gerente de projetos da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde. Rebouças complementou que os meios de comunicação deveriam ser usados para o comum, a conversa, o debate; contudo, lamenta que hoje tal lógica opere de modo inverso: frequentemente, aposta-se no embate.
De modo análogo, a jornalista Ana Gabriela Guerreiro, que coordena a imprensa do Supremo Tribunal Federal, informou que o principal desafio da comunicação da corte é combater o discurso de ódio, que avança junto com a desinformação. Para tal missão, as mídias sociais consolidam-se como ferramentas centrais. Guerreiro detalhou que em cada rede adota-se uma linguagem. Como fruto desse esforço, o X da instituição desponta como o maior perfil na rede de uma corte suprema em todo o mundo.
Presidente da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública), Jorge Duarte mediou a discussão. Duarte enfatizou a importância da comunicação estratégica para que órgãos públicos sejam mais efetivos no contato com o cidadão. “É importante ter uma estratégia clara, focar no tema da sua instituição e assumir a responsabilidade de informar e educar no âmbito de suas responsabilidades”, argumentou. “A gente tem que deixar de ser operário de texto e botar a cabeça para funcionar: como eu faço uma comunicação que gere impacto, como eu faço uma comunicação que mude a realidade considerando a limitação que tenho, inclusive de estrutura? Como ajudo a minha organização a cumprir a sua missão?”, questionou.