Por @EricaLedaDF | jornalista e assessora em Brasília DF

Início de mais um reality na televisão brasileira, o assunto que sempre volta à tona é a cultura do cancelamento. Vale lembrar que não é de hoje que figuras reais expostas na TV sofrem por julgamentos, assim como não é algo recente aquele telefone sem fio que vira fofoca. As roupagens mudam no mundo virtual e recebem novos títulos, aconteceu com as fakenews e acontece também com o cancelamento.

O que é esse tal de cancelamento? Em resumo e de forma bem prática, é quando as pessoas tem acesso a informações que, até então não eram públicas, e se torna foco de um debate virtual nem sempre interpretado da melhor maneira.  Quem se mostra publicamente deve pensar duas vezes se o olhar do público vai se atentar às qualidades ou aos seus defeitos. É um risco.

Quem lembra de uma rapper conhecida mundialmente colocada na bolha televisiva o que deixou nítido comportamentos muito diferentes? Se seu nome era com “C” ou com “K”, pouco importava. Foi um episódio que evidenciou a palavra em questão. E o terror começou por aí. A super exposição dos indivíduos foi questionada. Um convite para reality show tem consequências extremas: a popularidade ou um abismo. 

Ops, falhei? Errei! Flecha atirada sem hora de perdão. Tá na rede? Tá no mundo! Em outra emissora, carinhos mais quentes entre os participantes causam separação fora do aquário. A Internet se uniu para mostrar a quem ficou de fora esperando seu namorado, marido ou noiva, que ali era uma prova de fogo para relacionamentos, e eles não passaram.

E só os famosos estão na forca? Não! Os anônimos que querem a fama via reality também precisam entender que o viral pode custar longas sessões de terapia depois. O circo tem uma plateia ativa e que interfere na vida real dos integrantes que saem da coxia em busca de holofotes. Quem não aguenta críticas desse universo online, não entre em reality. Ou pague um bom profissional para resolver os BOs das suas contas virtuais. Nem os campeões se esquivam de haters. Não tem como agradar a todos. 

Se tivesse um manual de comportamento em reality, o autor estaria mais rico que os vencedores. Vamos comprar pipoca, refrigerante e deixar de hipocrisia. Não deixa de ser um show. Todos os participantes foram telespectadores e alguns podem confessar que julgaram ou comentaram atitudes dos protagonistas dos programas. 

Toda ação tem uma reação. E o problema não é o público que assiste. Quem não quiser colaborar com isso, que desligue a televisão. E se quiser participar, aceite as consequências.

*Artigo opinativo de responsabilidade da autora.
** Publicado 19/01/2022, às 15h39
// Revisado pela equipe da redação