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Hoje, vou contar um pouquinho desse lugar que é pouco conhecido, mas, que exibe uma beleza espetacular e esconde grandes histórias do Brasil Colônia.
Fica ligadinho que vou te contar 7 curiosidades sobre esse lugar.
1 | Origem do Nome
Os índios Tabajaras que habitavam aqui, chamava-o de Abaiara. No livro Dicionário histórico e geográfico da Ibiapaba, p.21 de autoria do historiador Ibiapinense Pedro Ferreira, somente em 1738, quando o senhor Antônio Gonçalves de Araújo adquiriu as terras por meio de Seis Marias e andando pelo território, ele percebeu que no local havia várias árvores com frutos enormes e que exalavam um aroma forte, no qual os índios chamavam de “Araticum” que significava comida de arara.
2 | Expedições
Araticum recebeu duas expedições no século XVII. A primeira foi de Pero Coelho, que a mando da coroa portuguesa tinha o objetivo de expulsar os franceses que já haviam se estabelecido no planalto da Ibiapaba. Porém, Coelho dizimou boa parte dos Tabajaras que aqui habitavam.
A segunda foi dos Padres Jesuítas Francisco Pinto e Luiz Figueiras, enviados para catequizar os índios. Mas, no ano seguinte ao das suas chegadas, o Padre Francisco Pinto foi morto com golpes de tacape pelos índios Tocarijus, enquanto seu companheiro fugia.
3 | Visita de escritores
Em 1884 o escritor Domingos Olímpio passou em Araticum para visitar a Gruta de Ubajara. No ano seguinte, 1885, o escritor Antônio Bezerra estava em expedição a mando do governo da província do Ceará e dormiu uma noite por lá. Ele se encantou com o amanhecer do lugar e o descreveu de forma poética em seu livro “Notas de Viagem”.
“A manhã vinha esplêndida, e sob o véu ligeiro com que a sombra noturna encobria ainda os pontos longínquos no plano oposto, sentia-se uma suavidade indefinida, reflexos argentinos, tons de nácar. Toda essa gradação de deslumbramentos adormecidos no mistério do claro-escuro, que só Corregio sabia decorar o fundo das suas telas”. (Bezerra Antônio, 1885, p. 136 a 137).
4 | Primeiro e maior Distrito
Araticum pertence ao Município de Ubajara, sendo o primeiro distrito desta cidade, criado em 1893, hoje com 127 anos de existência.
5 | Construção da Igreja São Vicente de Paulo
No livro “Araticum: Trilha das Minas”, escrito em 2010 pelo professor araticuense Fábio Aguiar, conta como foi iniciada a construção da Igreja. Com uma promessa feita e com Graça alcançada pelo Capitão Luiz Ferreira de Almeida, que residia no sítio Retiro, ele doou um terreno para a construção de uma igreja e deixou a missão de liderar os trabalhos de construção com o seu filho Horácio Ferreira, que já residia aqui.
Sob a liderança do Capitão Horácio e com a ajuda de 12 homens que trabalharam em mutirão, em poucos dias a pequena Capela de Taipa, de chão batido e coberta de palha foi erguida.
“O dia 29 de novembro de 1909, foi marcado pela alegria e pelas festividades de consagração, com a presença do pároco de Ibiapina, Padre Joaquim Severiano de Barros, que dedicou a Capela a São Vicente de Paulo, constituído padroeiro, por ser considerado pela tradição da Igreja Católica, “o santo dos pobres”, uma referência à situação humilde da maioria dos moradores da região do pé da serra, na época muito carente e muito isolada”. (AGUIAR, F Fábio de, 2010).
6 | Surgimento de Araticum
Foi ao lado da primeira Igrejinha que as primeiras famílias começaram a se instalar onde também estavam as primeiras residências, que eram as dos senhores: Horácio Ferreira, Miguel Alves, Emiliano Ferreira de Almeida, Salustiano Ferreira, Manoel Joaquim de Almeida, Manoel Raimundo de Sousa (Mané Jandaíra) e Antônio Cardoso. De cada lado foram se formando as primeiras ruas. Os Vaz de um lado (atual R. Domingos Ferreira), os Ferreira do outro (atual R. Pe. Moacir Melo) e os Almeida Prado, na frente e atrás da igreja atual (R. Salustiano de Almeida). Sendo a “Rua dos Vaz”, a primeira a se completar por volta de 1920. As outras também foram se estendendo, casas construídas parede com parede, eram famílias que se fixavam na vila, saindo de suas moradias mais afastadas, para morar no arraial ao redor da Igreja.
7 | Já foi cidade
Em novembro de 1963, Araticum foi elevado à categoria de Município com o nome de Grijalva Costa, porém, foi derrubado em abril de 1964, em decorrência do golpe civil – militar.